A pesquisa é um estudo do espaço urbano de São Paulo com recorte espacial na Avenida Paulista e tem como objetivo analisar as manifestações comunicativas que ocorrem no espaço urbano com caráter de mediação e o confronto com a cidade eminentemente interativa. O estudotem como questão central “de que maneira a comunicação interfere na articulação do espaço urbano e o transforma em cidade? Assim, a distinção epistemológica entre espaço urbano e cidade ocorre ao considerar que há uma diferença entre o espaço planejado e articulado pelo Estado e o espaço vivenciado pelos citadinos. Desse modo, investiga a comunicação que se estabelece no constante diálogo entre o espaço planejado pelo poder público e o espaço vivido. A pesquisa utiliza, para mais compreensão do objeto, as teorias de produção do espaço urbano de Milton Santos (1997) e Richard Sennet (2015). Como estratégia metodológica, utiliza a Deriva de Debórd (1958), que consiste em andar pela cidade sem um roteiro pré-definido e deixar-se levar pelos desvios e as imprevisibilidades que o caminho sugere.É possível vivenciar e utilizar a deriva como método de pesquisa na Avenida Paulista no momento em que se parte de um local sem um trajeto pré-determinado a fim de captar, na avenida, os desvios ou as imprevisibilidades dos seus usos, surpreendendo-a naquilo que aparentemente não se mostra. Dessa forma, se permite que o pesquisador se deixelevar pelas situações do ambiente e pelos encontros que nele acontecem, mas com uma atitude crítica sobre a primeira aparência que os espaços nos mostram. A partir desta estratégia, o estudo consegue investigar as possíveis espacialidades da Avenida Paulista e os seus processos de mediação e interação. Essa deriva se arma de um olhar semiótico sobre o espaço, não como um método de análise estabelecido a priori, mas como estratégia atenta com o intuito de compreender como esse espaço se apresenta e o que se pode compreender para além do que é apresentado de imediato. Olha-se a Avenida Paulista como lugar de inúmeras possibilidades comunicativas que mostram a complexidade dos espaços a ser analisados e confrontados, bem como revelam, por meio da análise do objeto empírico, as teorias que permitem a compreensão e o diálogo entre comunicação e espaço urbano.A deriva na Avenida Paulista busca compreender como o espaço urbano se apresenta na condição de visualidade e ultrapassá-la para chegar à sua visibilidade e para gerar conhecimento sobre ele. Ademais, se espera que a comparação e as associações entre espaço urbano e cidade, mediação e interação possibilitem uma leitura da cidade em sua dimensão política e comunicativa.