Os diagramas que se apresentam sobre o espaço urbano guardam uma particularidade, sintetizam o espaço mas permitem representar estratégias de ação particular sobre um dado território, e passam, portanto, a ser agenciados por um usuário/observador. A inscrição no tempo sobre a perspectiva humana permite especificar a dialogicidade em termos de duração, de quantidade ou qualidade de tal tempo. Já a espacialidade relaciona-se com a capacidade de deslocamento e a possibilidade de visualização de um observador humano. Aproximando tal discussão da concepção de diagrama, entende-se que este seria um esquema, possível de ser representado pela linguagem visual que revela possibilidades de ação sobre determinado sistema ou ainda revela o modo como determinado pensamento sobre determinado espaço se desenvolve no tempo. Peirce (2003:64) define diagrama como fluxo de pensamento ou desdobramento ativo de um signo e seu processo de geração de semiose, assim um diagrama revela a lógica de pensamento de uma determinada mente. Já, Lotman (2000:10) propõe que uma representação será icônica se considerarmos a função P(O) = I, na qual P seriam as regras de transformação de uma dada representação (O) em ícone ou I, quer dizer que para existir um ícone é preciso existir um código ou uma regra de escrita como multiplicador de uma representação, sendo assim o I diz respeito a qualidade da mensagem expressa pela função P(O)=I. Se entendermos o ícone como uma expressão matemática na qual a qualidade se manifesta a partir da relação entre a representação e o código, podemos também compreender que ao aplicarmos o fator tempo a esta função teremos desenvolvido um diagrama ou um hipoícone que represente, como afirma Peirce (op.cit), as relações diádicas, bem como consiga potencializar em duração temporal uma relação na qual o código multiplicado pelo modo de representação seja igual a qualidade, sendo assim podemos expressar o diagrama pela fórmula (P(O)=I)t.