Os espaços da cidade são lotados dos mais diversos tipos de estímulos que variam em diferentes níveis sinestésicos. Ruas, praças, marcos, monumentos, vitrines e habitações clamam a atenção por meio de seus signos que exploram suas formas, cores, texturas, cheiros e sons, entre outros. Com uma pluralidade de fenômenos estimulando a percepção dos usuários urbanos, se fazer ver torna-se cada vez mais difícil e trabalhoso, assim, as grandes marcas e corporações têm lançado mão de ferramentas que incentivam os indivíduos que utilizam dos espaços da cidade para a sua vivência cotidiana, locomoção e lazer a atraírem a sua atenção para elas, exemplos recorrentes são as intervenções publicitárias que ocorrem em meio ao urbano, propagando suas mensagens e sentidos comerciais àqueles que se deparam ocasionalmente com suas estruturas, promovendo uma interação física entre cidadão e marca em muitos casos. A questão norteadora deste estudo se configura do seguinte modo: Como as intervenções publicitárias realizam a produção de sentido no espaço citadino a ponto de envolver e persuadir os indivíduos que com ela interagem? Esta pesquisa objetiva avaliar os modos com que essas estratégias mercadológicas interagem com os usuários da cidade a fim de conquistá-los e edificar o seu discurso comercial avaliando a intervenção em si e a sua capacidade de geração de sentido. Para tanto, a metodologia será pautada a partir do método fenomenológico em um estudo qualitativo de natureza exploratória. Neste processo, serão analisadas intervenções publicitárias que tenham sido veiculadas nas ruas da cidade e avaliada a partir capacidade que seu interpretante imediato carrega, analisando o seu potencial informativo que culmina no processo de envolvimento do consumidor em potencial a partir desta interação. O corpo teórico da pesquisa é pautado na Semiótica segundo Charles S. Peirce, com a teoria dos interpretantes e as operações lógicas da percepção, a partir dos estudos do autor e de seus estudiosos como Lúcia Santaella, Winfried Nöth, Carl Hausman e João Queiroz, entre outros pesquisadores.