Dificuldades na abordagem do semissimbolismo: por uma didática de Semiótica Visual

A falta de consistência dos modelos ligados ao plano da expressão, se comparada à solidez encontrada no plano do conteúdo, gerou um descompasso nas pesquisas semióticas greimasianas. Enquanto o percurso gerativo do sentido possui flexibilidade ao integrar fatores concretos (nível discursivo) e abstratos (nível fundamental) no mesmo modelo, o plano da expressão carece da mesma versatilidade. Dessa forma, verificamos na semiótica plástica proveniente das investigações de Jean-Marie Floch e na semiótica tensiva desenvolvida por Claude Zilberberg os problemas enfrentados para a constituição de um modelo mais conforme ao plano do conteúdo. A partir do texto “Hjelmslev e as bases tensivas do semissimbolismo” (Tatit, 2014) procuramos mostrar a disjunção dessas duas abordagens em função das premissas hjelmslevianas (exaustividade, não-contradição e simplicidade) no caso do semissimbolismo. Na abordagem de Floch, observa-se que as categorias do plano da expressão que entram no semissimbolismo estão vinculadas à substância da expressão, o que reduz exaustividade da análise. Assim, as categorias eidéticas, cromáticas e topológicas precisariam alcançar níveis mais abstratos para abarcar maior diversidade de textos, ou seja, tais categorias estariam mais ligadas ao processo que ao sistema. Já a proposta pautada na semiótica tensiva resolveria o problema da exaustividade, mas perderia sua força analítica ao criar categorias tão abstratas que estariam muito “distantes” do objeto, ou seja, o sistema perderia de vista o processo. Embora ambas as propostas apresentem dificuldades de aplicação, haveria uma tendência à valorização da abordagem tensiva. Pela teoria da Gestão do Conhecimento (Boisot, 1998), mostraríamos os motivos dessa inclinação, já que a abordagem flochiana, ligada ao objeto, seria mais concreta e menos exaustiva, e a tensiva, ligada à estrutura, é mais abstrata e menos operacional. Assim, busca-se expor esses modelos a fim de proporcionar uma reflexão, por meio da prática de ensino de Semiótica Visual, sobre as dificuldades de integração dos planos em um modelo isomórfico.
País: 
Brasil
Temas y ejes de trabajo: 
Los pasajes y articulaciones entre semióticas verbales y no verbales
Semióticas de los lenguajes visuales, sonoros y audiovisuales
Institución: 
Universidade de São Paulo
Mail: 
thiago.moreira.correa@usp.br

Estado del abstract

Estado del abstract: 
Accepted
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