A perspectiva semiótica no estudo das representações de perfis profissionais em redes digitais usadas por brasileiros
A proposta deste trabalho é discutir de que maneira a computação ubíqua e a geração de grandes bases de dados digitalizados impactam a construção de perfis profissionais em redes digitais, considerando que estes perfis emergem de processos relacionais e comunicacionais. Para isso, partimos da seguinte indagação: quais são as características que norteiam a composição sígnica de perfis digitais criados em redes sociais como LinkedIn e Instagram com o propósito de destacar qualidades profissionais de seus usuários?
A partir da semiótica de Charles S. Peirce (2000), buscaremos compreender de que maneira as subjetividades emergem no meio digital, considerando: a) as mudanças trazidas pelo banco de dados como novo gênero da cultura (MANOVICH, 2001); b) o apagamento das fronteiras entre online e offline e a emergência das chamadas “infosfera” e “cultura proxy” (FLORIDI, 2014; FLORIDI, 2015); e c) os agenciamentos promovidos por plataformas e algoritmos na internet e suas possíveis influências nos processos de significação (GILLESPIE, 2014; JUST & LATZER, 2016; PARISER, 2012).
A semiótica peirceana fornece as bases para a nossa discussão, pois essa é uma teoria sobre as formas como representamos, significamos e interpretamos a realidade. A semiótica busca investigar todos os tipos possíveis de signos, suas condições e seus efeitos, não se limitando, assim, às questões da língua – os signos podem ser cores, argumentos, imagens, vídeos, etc. (SANTAELLA, 1994). Assim, propomos compreender os perfis digitais como uma rede de signos em relação. Ao longo de nosso percurso, adotamos a perspectiva semiótica da subjetividade humana, que indica que o sujeito é um ser histórico e fruto de um processo relacional, podendo ser considerado um signo, na medida em que é tanto resultado quanto agente da prática sígnica (COLAPIETRO, 2014). Nesse sentido, avaliaremos de que maneira o avanço das tecnologias da informação e da comunicação (TIC’s) e do chamado Big Data influenciam os processos de significação. Segundo Floridi (2014), a criação de novas realidades e as interpretações de distintos aspectos da vida a partir de dados digitalizados têm levado ao que o autor chama de “experiência onlife”, caracterizada pelo apagamento das fronteiras entre online e offline e pela prevalência do online em detrimento da experiência sensível. Nosso objetivo é investigar os processos semióticos que ocorrem em ambientes informacionais, considerando os signos produzidos intencionalmente pelos sujeitos, os agenciamentos de algoritmos e das políticas de plataformas e as interações entre usuários das redes sociais em que os perfis estão inseridos.
Country:
Brazil
Theme And Axes:
Semiotics and narratives studies
The articulations and confrontations between semiotic perspectives and research in communication
Institution:
Universidade de São Paulo (USP) - Escola de Comunicações e Artes
Mail:
rebekafg@gmail.com
Estado del abstract
Estado del abstract:
Accepted