AS SIGNIFICAÇÕES PRESENTE NA ANIMAÇÃO JAPONESA MEU VIZINHO TOTORO
Para o presente estudo foi analisado a animação consagrada do Studio Ghibli: Meu Vizinho Totoro (Tonari no Totoro - 1988), dirigido por Miyazaki Hayao. Conta a história de duas irmãs, Satsuki de dez anos e Mei de cinco. Elas se mudam para o interior juntamente com o pai, devido a mãe está hospitalizada, tratando de uma tuberculose. Em uma cidade diferente e com a expectativa da melhora da mãe, as meninas acabam conhecendo uma criatura mágica, a qual batizam de Totoro e que as ajuda a enfrentar esse momento difícil na vida delas. As significações do filme já surge com a figura do próprio Totoro. A narração não deixa claro do que a espécie seria: um troll, goblin ou um deus da floresta. O próprio diretor confessa em entrevista que queria deixar essa questão em aberto para a imaginação do expectador. No livro, Starting Point, escrito pelo mesmo, ele confessa que o seu desejo ao produzir a animação era que quem a visse, lembrasse das coisas mais importantes da vida, coisas que esqueceram, coisas que não notamos ou que perdemos. “Queria que os amantes encontrassem algo precioso, os adultos sentissem nostalgia da infância e as crianças iam ter curiosidade para explorar e tentar achar o Totoro” (MIYAZAKI, 1996). Em seu artigo Jogo de Cena ou cena da mediação semiótica observada em um palco filmado, o professor e semioticista Fernando Andacht afirma que não há campo de atividade humana que não possa ser considerado semioticamente (2012, p.69). Dito isso, há muitos pontos do filme que podemos analisar sobre essa vertente. O primeiro deles é o fato de Mei imitar quase tudo que a irmã faz. Ela não apenas observa os passos de Sastuki, como também a imita de forma quase obsessiva. Os símbolos não se limitam as palavras, mas também os gestos, tom e o próprio corpo completam a narrativa. O fato de Mei imitar obsessivamente a irmã mostra o quanto essa a admira, se espelha tanto nela que (quase) quer ser ela. O fato se confirma quando Mei olha para irmã e diz, procurando aprovação, “Eu pareço a nee-chan né?” Isso provavelmente ocorre pois Satsuki teve que assumir o papel de cuidar da irmã desde que a mãe foi hospitalizada e enquanto o pai trabalha. O personagem Totoro e suas ações também são muito emblemáticas. Ao começar pela figura dele em si, em seu livro Starting Point, Miyazaki afirma que nem ele sabe o que seria o Totoro. Depende da imaginação de cada um. O próprio nome “totoro” é fruto da imaginação de Mei. O primeiro contato que ela tem com o animal, esse estava dormindo e ao ver a garota solta um longo bocejo no qual a menina interpreta como Totoro e ela fica convicta que esse é o nome da criatura. O que podemos interpretar é que o objetivo de Miyazaki era que cada o Totoro pode ser várias criaturas, pode ter vários nome. Tudo depende de quem consegue o ver. Para Mei e Satsuki, Totoro foi a válvula de escape. Mesmo Miyazaki afirma que a existência dele salvou as meninas, pois ele ensina e anima as meninas enquanto a mãe está no hospital. Um ponto interessante é que das quatro vezes que a criatura mágica aparece, três delas Mei estava dormindo. Levando o espectador a dúvida: Totoro existe ou é apenas uma imaginação de Mei? Além de símbolos que podem ser interpretados de forma diferentes entre os espectadores ocidentais e os orientais, como a visão do escuro que para nós representa o mal, para os ocidentais é apenas o oposto da claridade. O animal rã, que para os ocidentais gera repulsa, para os nipônicos simboliza alegria e retorno. Além, das significações da própria figura do Totoro, que em determinado momento do filme, ao se deparar com um guarda chuva, acredita se tratar de um instrumento musical. Meu Vizinho Totoro é uma animação japonesa rica em significados e interpretações.
Pays:
Brésil
Thème et axes:
Sémiotiques des langages visuel, sonore et audiovisuel
Institution:
Universida Tuiuti do Paraná
Mail:
luiza.bastos28@gmail.com
Estado del abstract
Estado del abstract:
Accepted