A cor é um elemento essencial no processo de contar uma história de maneira visual, portanto analisá-la de forma a entender como a mesma se comporta, trás para entusiastas e profissionais da área cinematográfica um embasamento teórico de uso importante. O presente artigo faz uma análise semiótica da cor na obra Amores Imaginários, pensando nos significados, de forma indicial, que as tonalidades causam e como elas podem ajudar a construir a narrativa de forma visual e não-verbal. Amores Imaginários discorre sobre as ilusões causadas pela paixão e como relacionamentos podem ser complicados, pois dependem da vontade de duas pessoas e ninguém pode controlar os sentimentos do outro. O filme conta a história dos amigos Marie (Monia Choukri) e Francis (Xavier Dolan) que se apaixonam por Nicolas (Niels Schneider), um garoto do interior que acaba de se mudar para Quebec. A partir desse encontro, ambos começam uma disputa para conquistar o rapaz, procurando por sinais que apontem que Nico corresponde a seus sentimentos. A história desenvolve-se sem nenhum deles perceber que não há reciprocidade. Por ser uma obra rica na utilização da paleta de cores, Amores Imaginários foi escolhido como objeto de análise do presente artigo, que tem como objetivo esmiuçar as cores utilizadas, pensando sua aplicação de forma indicial de forma a representar cada personagem e as características que as mesmas personificam, relacionando-as a história contada, tendo como propósito criar um pensamento crítico sobre o emprego das cores no cinema. Como forma teórica de análise, utiliza-se a semiótica Peirciana, pensando as cores como signo e empregando a relação indicial para compreender o comportamento destas, ou seja, os sentidos que elas geram dentro da película. Os índices estabelecem uma relação com o interpretante através da vivência, e são lidos como algo que indica certa coisa, ou seja, o objeto ali presente está dando indícios para uma interpretação além daquilo que se vê explicitado. Assim como pegadas na areia indicam que alguém passou por ali, as cores na película indicam sensações personificam personagens, transmitindo suas características . Partindo do princípio que cores são causadoras de estesias, o presente artigo cria um pensamento crítico sobre o comportamento das cores no cinema, a partir do qual entusiastas e acadêmicos poderão refletir a respeito e embasar seus pensamentos.